Mais um exemplo de procedimento “estético” realizado para disfarçar traços raciais característicos da população negra: alectomia, uma cirurgia plástica indicada para reduzir o tamanho das asas nasais.
Cria-se uma ideia de que o nariz europeu, fino é o padrão ideal de beleza e se bombardeia propaganda de que o fenótipo nasal da população preta é antiestético.
Ainda de acordo com Bruno, não é surpresa o racismo dentro das profissões da saúde. Segundo o texto "A Face Negra do Brasil Multicultural", o Brasil possui a maior população negra fora da África e a 2ª maior do planeta. Contudo, mesmo diante de tanta miscigenação racial, a nossa sociedade ainda reproduz os padrões estéticos europeus.
Se adicionarmos o boom do marketing odontológico, que transformou profissionais da saúde em esteticistas de rede social, iremos perceber colegas fazendo pacientes odiarem partes naturais de seus corpos pra vender procedimentos estéticos por meio de propagandas terrivelmente abusivas.
De resto a gente já sabe: o foco fica na harmonização facial e nas lentes de contato, num país em que as pessoas mal sabem escovar os dentes.