A escova dentária é considerada o instrumento mais efetivo para a remoção do biofilme bucal (placa bacteriana — principal agente responsável pelo desenvolvimento da cárie e das doenças periodontais), sendo uma ferramenta simples e eficaz.
Contudo, ela também é um meio favorável à proliferação e disseminação de microrganismos, podendo servir como fonte de inoculação e reinoculação, caso não seja higienizada e armazenada corretamente.
Por isso eu trouxe este guia, com tudo o que você precisa saber para cuidar da sua escova de dente adequadamente.
A capacidade de remoção do biofilme (placa bacteriana) com o uso dos diferentes tipos de escovas é basicamente a mesma. Ou seja, não existe escova ideal, então a sua escolha deve basear-se nas suas necessidades individuais e nas observações clínicas do seu dentista.
Contudo, há características que facilitam os procedimentos de higiene bucal como cabeça pequena, multifolhadas, cerdas macias e arredondadas. É necessário que suas cerdas tenham rigidez suficiente para prover a remoção do biofilme e, ao mesmo tempo, não traumatizem os dentes e as gengivas, o que é obtido com o arredondamento da extremidade ativa das cerdas que compõem os tufos das escovas. A cabeça deve ser pequena com cerdas macias.
Estima-se que, em média, a escova deve ser substituída a cada 3 meses, mas como o seu desgaste varia entre indivíduos, o período de substituição deve ser determinado individualmente, em função da perda de funcionalidade das cerdas, à medida que vão tornando-se divergentes.
Em geral, a durabilidade das escovas está relacionada com o diâmetro das cerdas utilizadas e as escovas de cerdas macias e extra-macias têm um tempo de duração menor que uma escova dura ou média.
Além disso, o desgaste das cerdas não é o único motivo pelo qual sua escova de dente deve ser trocada periodicamente. Ao ser utilizada uma única vez, a escova pode ser contaminada por diferentes tipos de microrganismos presentes na cavidade bucal ou no meio ambiente, que podem permanecer viáveis nas cerdas das escovas por um período de tempo variando entre 24 horas a 7 dias.
Portanto, para evitar que a escova se torne um reservatório de microrganismos, deve-se tomar alguns cuidados como: lavagem em água corrente, seguida da remoção do excesso de água e o acondicionamento em local limpo e seco, além da desinfecção, a partir de agentes químicos.
Clorexidina (0,2%), Antisséptico Bucal, Hipoclorito de Sódio (1%) ou até mesmo Vinagre Branco (100%), apresentam efeitos positivos na redução de microrganismos.
O excesso de água da escova deve ser removido por meio de batidas na borda da pia, devendo-se evitar a secagem em toalhas, assim diminuindo os riscos de contaminação; em seguida, deve-se borrifar sobre a cabeça da escova, particularmente sobre as cerdas, algum dos agentes desinfectantes mencionados acima.
Manter as escovas livres de contaminação não é uma tarefa difícil. O processo de desinfecção deve ser iniciado logo após sua primeira utilização e mantida uma rotina diária de aplicação de antissépticos para prevenir a formação do biofilme bacteriano sobre as cerdas.
O armário parece ser o local mais seguro do banheiro quando se pretende evitar a contaminação das cerdas por enterobactérias, especialmente coliformes fecais provenientes de aerossóis da descarga do vaso sanitário.
No entanto, ele não é o local mais adequado para o armazenamento de escovas de dente, nem tampouco as caixas e os protetores de cerdas, pelo fato de manterem um ambiente úmido e quente ao redor das cerdas, podendo favorecer o crescimento microbiano.
O armário do banheiro pode favorecer a ocorrência de contaminação cruzada, pois muitas vezes as escovas são armazenadas com suas cabeças em contato com as outras.
A American Dental Association (ADA) preconiza que as escovas devam ser guardadas em uma posição vertical, em um local arejado e, caso armazenadas em um mesmo local, é importante mantê-las separadas, evitando que microrganismos não sejam transferidos de uma para outra.